Seleção viaja no tempo até 1994 e se inspira no tetra às vésperas de confronto decisivo com a Colômbia

Baseada a 15km de Los Gatos, onde ficou hospedada há 30 anos, e treinando ao lado da Universidade de Stanford, o Brasil tem o passado como referência por novas conquistas

Um passeio no túnel do tempo para buscar referências de um passado vitorioso. A seleção brasileira invade um cenário de memórias afetivas do tetra antes da partida decisiva contra a Colômbia para garantir o primeiro lugar do Grupo D da Copa América.

Ao lado da cidade de Los Gatos e de volta à Universidade de Stanford, o Brasil revive o ambiente onde mais permaneceu na campanha do tetra, em 1994. Foi na região que o time de Carlos Alberto Parreira ficou hospedado e enfrentou três dos sete adversários na campanha: Rússia, Camarões e Estados Unidos.

O elenco atual conta com apenas cinco jogadores que eram nascidos naquela campanha: Alisson (31), Rafael (35), Danilo (32), Marquinhos (30) e Wendell (30). As recordações, por sua vez, vão além do que própria memória é capaz de lembrar, e Bruno Guimarães comprova isso: 

– Não sabia, fui pego de surpresa, mas que legal, que possa trazer boas memórias, boas recordações para a gente. Lembro que quando era pequeno meu pai tinha um CD do tetra. Então eu acompanhei os jogos mais novo, falava que eu tinha visto porque vi o DVD quando era pequeno. Que possa trazer boas memórias para gente, possa trazer sorte para a gente conquistar nosso objetivo também.

A Seleção está hospedada em San Jose, a apenas 15km de Los Gatos, onde ficou hospedada 30 anos atrás. O hotel Villa Felice não existe mais, mas a região ficou marcada como a casa do tetra.

– Foi muito divertido. As ruas ficaram cheias de cores e tínhamos que torcer por alguém. Não imaginávamos que os Estados Unidos iria tão bem (risos), então tínhamos que torcer para alguém. Foi um grande momento, incrível. Estamos felizes por vocês estarem de volta – lembra Kirk Simmer, morador da região e que acompanhou de perto a mudança na movimentação do local na ocasião.

O hotel Villa Felice não existe mais. Ainda em 1997, os irmãos Bersano venderam o local onde foi construído um condomínio de casas. O impacto da passagem da Seleção pelo local, por sua vez, fez com que a rua da entrada principal fosse batizada de Bersano Lane, por terem “colocado Los Gatos no mapa”. 

Los Gatos: cidade americana foi a base brasileira na conquista do tetra em 1994 — Foto: Cahê Mota

A praça no centro da pequena cidade de 40 mil habitantes (eram 22 mil em 1994) hoje é rodeada de bares e chafarizes para amenizar o calor no verão. Trinta anos atrás, era o calor humano brasileiro que pintava de verde e amarelo o ambiente: 

– Era um mar de gente que vinha pela rua de baixo e invadia a praça. Pessoas muito divertidas que nos convidavam para dançar, mas pediam aos nossos maridos com muito respeito – disse uma moradora local. 

Time brasileiro posa na Universidade de Santa Clara, que recebeu os treinos da Seleção — Foto: O Globo

Time brasileiro posa na Universidade de Santa Clara, que recebeu os treinos da Seleção — Foto: O Globo 

A região onde a Seleção está hospedada é perto também de Palo Alto, onde está localizada a Universidade de Stanford. Foi neste estádio que o Brasil fez 2 x 0 na Rússia no primeiro jogo, 3 x 0 em Camarões na sequência e se despediu com o emocionante 1 x 0 contra os EUA, gol de Bebeto, pelas oitavas de final no dia da independência: 4 de julho.

O estádio atualmente recebe alguns dos jogos do San Jose Earthquakes, da MLS. Logo ali ao lado, no mesmo complexo, está o Maloney Field, onde a Seleção da Dorival treina para a partida decisiva com os colombianos. 

Com memórias afetivas como inspiração, Brasil e Colômbia se enfrentam nesta terça-feira, às 22h (de Brasília), no Levi’s Stadium, em Santa Clara, valendo a liderança do Grupo D. A Seleção precisava vencer para subir para a primeira colocação e escapar do Uruguai nas quartas de final.

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