Confusão ocorreu após semifinal da Copa América, em julho; Darwin Nuñez, do Liverpool, está entre os punidos e fora de jogos das Eliminatórias
O Tribunal de Disciplina da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) suspendeu cinco jogadores da Seleção do Uruguai por confusão com torcedores da Colômbia após a semifinal da Copa América, em 10 de julho, no Bank Of America Stadium, em Charlotte, nos Estados Unidos. Os colombianos venceram por 1 a 0.
Eles não poderão participar dos próximos jogos do Uruguai pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Entre setembro e novembro serão seis rodadas. Outros seis jogadores foram multados, entre eles Matías Viña, do Flamengo, um dirigente foi suspenso por seis meses e a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) também recebeu uma multa de US$ 20 mil (R$ 110 mil).
Veja os atletas punidos:
- Darwin Nuñez (Liverpool-ING): cinco jogos de suspensão e multa de US$ 20 mil (R$ 110 mil)
- Rodrigo Bentancur (Tottenham-ING): quatro jogos de suspensão e multa de US$ 16 mil (R$ 88 mil)
- Mathías Olivera (Napoli-ITA): três jogos de suspensão e multa de US$ 12 mil (R$ 66 mil)
- Ronald Araujo (Barcelona-ESP): três jogos de suspensão e multa de US$ 12 mil (R$ 66 mil)
- José Giménez (Atlético de Madrid-ESP): três jogos de suspensão e multa de US$ 12 mil (R$ 66 mil)
- Sebastián Cáceres (América do México): multa de US$ 5 mil (R$ 28 mil)
- Matías Viña (Flamengo): multa de US$ 5 mil (R$ 28 mil)
- Emiliano Martínez (Midtjylland-DIN): multa de US$ 5 mil (R$ 28 mil)
- Brian Rodríguez (América do México): multa de US$ 5 mil (R$ 28 mil)
- Santiago Mele (Junior Barranquilla-COL): multa de US$ 5 mil (R$ 28 mil)
- Facundo Pellistri (Panathinaikos-GRE): multa de US$ 5 mil (R$ 28 mil)
As suspensões só valem para jogos da Seleção do Uruguai, não interferindo na participação dos atletas por seus clubes em qualquer competição. Cabe recurso à Comissão de Apelação da Conmebol.
Marcelo Garcia, presidente do Conselho Único Juvenil da AUF (Associação Uruguaia de Futebol), foi proibido por seis meses de entrar em qualquer estádio para eventos da confederação sul-americana.
O Uruguai enfrenta no dia 6 de setembro o Paraguai, em Montevidéu, pela sétima rodada das Eliminatórias, às 20h30 (de Brasília). No dia 10 de setembro o time visita a Venezuela, às 19h (de Brasília), pela oitava rodada.
O Uruguai está na segunda colocação na tabela de classificação, com 13 pontos, dois a menos do que a líder Argentina.
Os seis primeiros, após 18 rodadas, se classificam direto para a Copa de 2026, que será nos Estados Unidos, no México e no Canadá e terá 48 participantes pela primeira vez. O sétimo jogará uma repescagem mundial em março de 2026.
Entenda o caso
Após o apito final da semifinal entre Colômbia e Uruguai, os jogadores colombianos se juntaram no campo para comemorar a classificação. Os uruguaios foram surpreendidos com uma confusão que acontecia nas arquibancadas e, prontamente, eles se dirigiram ao local para intervir na pancadaria. O momento foi registrado e viralizou nas redes sociais.
Nas imagens divulgadas é possível ver o atacante uruguaio Darwin Núñez no meio da torcida colombiana. O jogador do Liverpool, da Inglaterra, chegou a proferir um soco, além de ser alvo de agressões.
A confusão foi apartada com a chegada da polícia e , segundo a emissora DirecTV, terminou com a prisão de diversos torcedores colombianos.
Os jogadores uruguaios alegaram que os colombianos intimidaram seus familiares, que estavam no setor onde Núñez brigou. Havia esposas de atletas, filhos pequenos e pais idosos. Na transmissão oficial é possível ver Núñez com seu filho no colo, após se afastar da arquibancada.
“Vou dizer isso agora, senão eles vão me interromper mais tarde. É tudo um desastre, uma parte da torcida atacando nossas famílias, com filhos recém-nascidos. Espero que os organizadores tomem nota porque isso acontece o tempo todo, eles bebem álcool e se comportam assim”, relatou o zagueiro celeste José Giménez, do Atlético de Madrid-ESP, à DirecTV.
Em entrevista coletiva, o técnico do Uruguai, Marcelo Bielsa, saiu em defesa de deus jogadores, que alegam terem protegido familiares que eram atacados na arquibancada por torcedores da Colômbia. Bielsa acusou a Conmebol de calar críticas de técnicos e jogadores com ameaças de suspensões.
“Estamos nos Estados Unidos, entre aspas o país da segurança. Se os jogadores não fizessem isso teriam sido criticados. Como você pode não defender sua mãe, sua irmã ou um bebê?”, disse Bielsa.
