Citada na CPI do futebol, empresa ligada a Marco Pólo Del Nero exige comissão sem participar de contrato.
Del Nero foi suspenso pela FIFA por 20 anos por corrupção no futebol.
As receitas arrecadas com Brasileirão 2023 – Série A -segue despertando interesse até mesmo de quem não participou das negociações referentes a patrocínio. Isso porque, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)fechou o contrato com Assaí Atacadista na casa de R$ 50 milhões, endereçados diretamente à entidade. Olhando por esta perspectiva, não haveria problema algum, entretanto, a Empresa SG Marketing alega ter direito a 15% de comissão deste acordo, mesmo estando fora das negociações.
A cobrança desta comissão se dá em virtude de o proprietário da empresa SG – Sergio Luis de Sousa Gomes – ter participado e recebido comissão em anos anteriores, quando a SG atuava como intermediária no fechamento deste tipo de acordo junto à gestão passada da CBF em 2020, 2021, 2022. Nesses três anos, o patrocínio variou entre R$ 12 milhões e R$ 14 milhões, agora com Ednaldo pulo para 50 milhões sem precisar pagar 15% do intermediário segundo ele mesmo informou à Justiça.
Com a gestão do Presidente Ednaldo Rodrigues e visando reter mais receitas para a CBF, o atual Presidente decidiu excluir os intermediários e negociar diretamente com os patrocinadores. Insatisfeita com o novo modelo de negócios, a SG optou por notificações extrajudiciais à CBF, mas não conseguiu resposta. Então, resolveu apelar para a Justiça.
CPI DO FUTEBOL
Vale lembrar que a empresa SG Marketing E Comunicação Ltda é citada na CPI do Futebol que investiga casos de favorecimento em patrocínios da Chevrolet a federações estaduais em 2013 e 2014, quando o Ex-Presidente da CBF, Marco Polo Del Nero era vice-presidente da entidade. Na ocasião, a Chevrolet firmou contratos com 22 federações estaduais e quando Del Nero venceu as eleições em 2014, passou a patrocinar apenas a entidade nacional.
Um dos contratos com uma federação estadual revela que a montadora deveria pagar R$ 320 mil em patrocínios em 2013 e outros R$ 320 mil para 2014. Um total de R$ 640 mil em dois anos. E chamando a atenção dos investigadores, aparece o valor de R$ 40 mil que seria destinado para “ativações e ações promocionais” da empresa de marketing de Sérgio Gomes, o mesmo que pretende arrecadar a comissão de 15% da CBF em um contrato que ele não participou.
Segundo a CPI, os valores geram a suspeita de que a inédita cobertura de uma mesma marca em tantas federações pode ter beneficiado Del Nero na eleição para presidente da CBF. Isso porque, ele obteve 44 dos 47 votos possíveis (votaram as 27 federações, mais os 20 clubes da Série A do Brasileiro). Além disso, o Senado levantou dados que também apontariam para uma relevante evolução patrimonial de Sérgio Gomes desde que passou a ser o intermediário desses acordos. Se depender da CBF, esquemas como este não se repetirão, afinal, eles tiram o brilho do verdadeiro espetáculo que acontece dentro das quatro linhas.
SÉRGIO GOMES E PROBLEMAS COM VAR
Além da cobrança indevida à CBF e sua citação na investigação da CPI do Futebol, o empresário Sérgio Gomes ainda aparece em outro escândalo mais recente do futebol. Por meio da empresa SportsHub, criada em 2020 e com atividades recentes com o VAR, Sérgio Gomes fechou parcerias com companhias que alugam equipamentos tecnológicos e fazem a comunicação entre o árbitro de campo e assistentes da sala do VAR, mas em vez de um bom serviço e da eficaz prestação de contas, obteve um preocupante problema de inadimplência.
Na ocasião, quando vencida a concorrência para prestar serviços da VAR, a Sportshub recebeu R$ 12 mil por partida, num total estimado em R$ 3 milhões por contrato para as Séries B, C e D. Entretanto, a dívida pelo aluguel dos equipamentos aumentou com os fornecedores e a cobrança chegou a ordem de R$ 2 milhões segundo o GE.Todavia, as informações foram negadas pelo representante da Sportshub da qual, Sérgio Gomes era sócio junto à Flávio Porto. Porto deixou a sociedade recentemente.Além de tudo, vale destacar que de 380 jogos, a SportsHub não cumpriu 100 jogos e a CBF rescindiu o contrato.
Por todas estas questões e dificuldades em encontrar parceiros que atendam às rigorosas normas da CBF, o Presidente Ednaldo Rodrigues e sua equipe estão dispostos a seguir negociando diretamente com os patrocinadores evitando possíveis problemas e prezando sempre pela transparência. Desse modo, os casos supracitados são reduzidos a zero e os recursos podem ser destinados para setores antes negligenciados como o investimento em arbitragem e futebol de base femininos, valorizando e incluindo cada vez mais a mulher no esporte.